Aclamado nos EUA, livro sobre racismo na infância chega ao Brasil!
Sobre o livro
Sua cor, seu cabelo, suas formas, tudo isso faz parte do design criado por Deus. A mensagem é o tema do livro infantil “O cabelo de Joyce e o Espírito Santo”, aclamado pela crítica nos Estados Unidos e que chega ao Brasil este mês, lançado pela editora Quitanda.
O livro conta a história de Joyce, uma menina negra que, apesar de toda a esperteza e autoconfiança, revela ao pai, numa ida ao salão de beleza, que às vezes se sente diferente quando vê as outras meninas da escola. Em meio a escovas, penteados e secadores de cabelo, os dois iniciam um diálogo singelo, e ao mesmo tempo profundo, inspirado em conceitos bíblicos de Gênesis e do Novo Testamento e sobre como o racismo combater o racismo.
A maneira como o livro aborda o racismo na infância é lúdica e, ao mesmo tempo, atual. Em vez do discurso “somos todos iguais”, condenado pelos movimentos antirracistas, ele celebra a diferença e ensina as crianças a reconhecerem e respeitarem e a combaterem o racismo que é estrutural no Brasil.
A história de Joyce pode ajudar todas as crianças a entenderem e apreciarem o fato de que mesmo que nos pareçamos diferentes Deus nos ama, nos observa e nos trata de igual maneira. Deus não nos ranqueia baseado na cor da nossa pele ou no tipo do nosso cabelo. De fato, as nossas diferenças, aquilo que nos faz únicos, são parte do maravilhoso design de Deus”.
A maneira como crianças lidam com identidade racial é tema recorrente de pesquisas científicas desde os anos 1950. Um artigo publicado na Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), de agosto de 2020, aponta que:
Entre 3 e 5 anos, a criança percebe a diferença racial, interpreta e hierarquiza.
Crianças pequenas são particularmente atentas ao que é socialmente valorizado ou desvalorizado, percebendo rapidamente o fenótipo que mais agrada e o que não é bem aceito.
Crianças negras revelam o desejo de mudar o tipo de cabelo e a cor da pele, enquanto crianças brancas se mostram confortáveis em sua condição de brancas e raramente explicitam o desejo de ter outra cor de pele ou outro tipo de cabelo.
Não há no meio cristão brasileiro um livro igual, “O Cabelo de Joyce e o Espírito Santo” é o primeiro e o único.